Rafaela Pio

Neste blog estão textos de minha autoria e outros que me chamaram a atenção.

11.1.07

Conhecer para filosofar. Filosofar para sistematizar.

(Rafaela Pio)

Ao analisar-se as definições de filosofia, sistemas e conhecimento, nota-se que há uma grande ligação entre ambos.

O conceito do primeiro está intimamente relacionado à definição de conhecimento. Este, por sua vez, num círculo intrínseco, é um importante pilar de desenvolvimento dos sistemas sociais.

Aprofundando-se essa inter-relação, nota-se que não existe filosofia sem conhecimento. O próprio vocábulo explicita muita bem essa unidade: filo – “amigo”, “amor”; Sofia- “sabedoria”. Para que um sistema se estabeleça, é necessário que haja uma base sustentadora de suas ideologias; esta é conseqüência do conhecimento.

O caráter “curioso”, interrogativo da filosofia assemelha-se àquele que é um marco para o seu estudo: Sócrates. O estilo socrático de questionar, perguntar, resume perfeitamente o papel da filosofia na sociedade. O mundo é um baú a ser aberto; cabe à filosofia abri-lo, desvendá-lo, levar cada ser humano à reflexão sobre tudo e todos. O Diálogo Socrático mostra a necessidade humana de buscar respostas sem, contudo, apoiar-se em parâmetros pré-estabelecidos,mas fazendo com que as pessoas sejam levadas à reflexão, à busca incessante por respostas.

Correlacionando-se o pensamento heraclitiano à idéia de Sistema, vê-se que na transformação incessante de tudo e todos transparece o seu significado. Cada sociedade é normatizada, segundo modelos ditados pelo Sistema que a “define”. Assim sendo, toda sociedade(gerida por um sistema) está sujeita a transformações, mudanças e até revoluções. Um sistema ideológico, por mais bem apoiado que mostre estar em suas convicções, está propício ao conceito de Heráclito de “nada é”; “tudo está”. Exemplificando: ainda que o mundo pareça estar dominado pelo sistema capitalista, ele não é capitalista, mas, segundo Heráclito, está capitalista. Por menores que sejam as possibilidades de mudança, elas existem.

Quanto ao conhecimento, é interessante “encaixá-lo” na filosofia platônica: o conhecimento pleno de tudo existente só é possível inteligivelmente. O mundo sensível é imperfeito; o inteligível é a plenitude de todo o conhecimento.

Assim, filosofia, conhecimento e sistema são “três faces” de uma mesma moeda.



(O conteúdo deste texto pertence a uma prova de Filosofia , respondida no primeiro semestre da faculdade de Jornalismo - meu curso. Foram feitas algumas alterações como forma de melhorar a sua qualidade.)

2 Comments:

At 6:23 AM, Blogger Unknown said...

A sociedade de muita informação e pouco conhecimento,aprofundou a divisão de classes, corrompeu as relações interpessois valorizando apenas o "TER", em detrimento do "SER". Soterrou Sophia,se irrita com a Maiêutica, despreza o ser humano,rendeu-se ao sistema Burguês tradicional,que para manter o seu "STATUS QUO",induz a massa a reproduzir o pensamento do Estado,dominado pela ideologia das classes dominantes.

 
At 1:37 PM, Blogger Unknown said...

O Pensamento racional, deveria ser progressivo e ininterrupto, trazer ao ser humano luzes e possibilidades,porém foi suplantados pelos dogmas religiosos que só favorecem a manuntenção do poder. Cabe aos pensadores libertários, também contestar as Instituições seculares opressoras.
Benedito.
abdulaziz@bol.com.br
abdulziz@bol.com.br

 

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