Rafaela Pio

Neste blog estão textos de minha autoria e outros que me chamaram a atenção.

15.4.06

"Texto da Semana":Um depoimento muito inteligente.Já fazia um tempinho.


Já fazia um tempinho.

Depoimento Emocionado de Luiz Fernando Veríssimo sobre sua experiência com as drogas.

"Tudo começou quando eu tinha uns 14 anos e um amigo chegou com aquele papo de "experimenta, depois quando você quiser é só parar... e eu fui na dele.

Primeiro ele me ofereceu coisa leve, disse que era de "raiz", da terra, que não fazia mal, e me deu um inofensivo disco do Chitãozinho e Xororó e em seguida um do "Leandro e Leonardo".

Achei legal, uma coisa bem brasileira; mas a parada foi ficando mais pesada, o consumo cada vez mais freqüente, comecei a chamar todo mundo de "amigo" e acabei comprando pela primeira vez.

Lembro que cheguei na loja e pedi: - Me dá um Cd do Zezé de Camargo e Luciano. Era o principio de tudo! Logo resolvi experimentar algo diferente e ele me ofereceu um Cd de Axé. Ele dizia que era para relaxar; sabe, coisa leve... Banda Eva, Cheiro de Amor, Netinho, etc.

Com o tempo, meu amigo foi me oferecendo coisas piores. É o Tchan, Companhia do Pagode, Asa de Águia e muito mais. Após o uso contínuo eu já não queria saber de coisas leves, eu queria algo mais pesado, mais desafiador, que me fizesse mexer os quadris como eu nunca havia mexido antes, então, meu amigo me deu o que eu queria, um Cd do Harmonia do Samba.

Minha bunda passou a ser o centro da minha vida, razão do meu existir. Eu pensava só nesta parte do corpo, respirava por ela, vivia por ela! Mas, depois de muito tempo de consumo, a droga perde efeito, e você começa a querer cada vez mais, mais, mais... Comecei a freqüentar o submundo e correr atrás das paradas. Foi a partir dai que começou a minha decadência. Fui ao show e ao encontro dos grupos Karametade e Só Pra Contrariar, e até comprei a Caras que tinha o Rodriguinho na capa. Quando dei por mim já estava com o cabelo pintado de loiro, minha mão tinha crescido muito em função do pandeiro, meus polegares já não se mexiam por eu passar o tempo todo fazendo sinais de positivo.

Não deu outra: entrei para um grupo de pagode. Enquanto vários outros viciados cantavam uma música que não dizia nada, eu e mais outros 12 infelizes dançávamos alguns passinhos ensaiados, sorriamos e fazíamos sinais combinados.

Lembro-me de um dia quando entrei nas lojas Americanas e pedi a Coletânea As Melhores do Molejão. Foi terrível!! Eu já não pensava mais!! Meu senso crítico havia sido dissolvido pelas rimas miseráveis e letras pouco arrojadas. Meu cérebro estava travado, não pensava em mais nada. Mas a fase negra ainda estava por vir. Cheguei ao fundo do poço ao limiar da condição humana, quando comecei a escutar popozudas, bondes, tigrões, motinhas e tapinhas.

Comecei a ter delírios, a dizer coisas sem sentido. Quando saia a noite para as festas pedia tapas na cara e fazia gestos obscenos. Fui cercado por outros drogados, usuários das drogas mais estranhas que queriam me mostrar o caminho das pedras... Minha fraqueza era tanta que estive próximo de sucumbir aos radicais e ser dominado pela droga mais poderosa do mercado:

a droga limpa. Hoje estou internado em uma clínica. Meus verdadeiros amigos fizeram a única coisa que poderiam ter feito por mim. Meu tratamento está sendo muito duro: doses cavalares de Rock Progressivo, MPB e Blues. Mas o médico falou que talvez tenha de recorrer ao Jazz, e até mesmo a Mozart e Bach. Queria aproveitar a oportunidade e aconselhar as pessoas a não se entregarem a esse tipo de droga. Os traficantes só pensam no dinheiro. Eles não se preocupam com a sua saúde, por isso tapam a visão para as coisas boas e te oferecem drogas. Se você não reagir, vai acabar drogado: alienado, inculto, manobrável, consumível, descartável, distante; vai perder as referências e definhar mentalmente.

Em vez de encher a cabeça com porcaria, pratique esporte, na dúvida, se não puder distinguir o que é droga ou não, faça o seguinte:

- *Não ligue a TV no domingo a tarde;

*Não escute nada que venha de Goiânia ou do interior de São Paulo;

- *Não entre em carros com adesivos "Fui.....";

*Se te oferecerem um Cd procure saber se o indivíduo foi ao programa da Hebe, do Faustão ou ao Sabadão do Gugu;

- *Mulheres gritando histericamente é outro indício;

- *Não compre um Cd que tenha mais de seis pessoas na capa;

- * Não vá em shows de forró no Parque de Exposições da Bahia.

-*Não vá a shows em que os suspeitos façam passos ensaiados;

*Não compre nenhum Cd em que a capa tenha nuvens ao fundo; *Não compre nenhum Cd que tenha vendido mais de um milhão de cópias no Brasil; *Não escute nada que o autor não consiga uma concordância verbal mínima.

Mas principalmente, duvide de tudo e de todos.

A vida é bela.

Eu sei que você consegue!!!

Diga não as drogas!"

Luiz Fernando Veríssimo

* CUIDADO com as novas drogas do mercado "PSIRICO" ," O ARROCHA ", extremamente contagiosa e prejudicial à sua saúde mental. Proteja-se.

"Interessantes"

8.4.06

Inscrição será prorrogada até terça

Rafaela Pio

O prazo para se inscrever no concurso da Prefeitura Municipal de Simões Filho estendeu-se até terça- feira, dia 11/04.
O principal motivo foi a enorme demanda de pré-concorrentes, muitos deles oriundos de Salvador, Camaçari, Candeias, Dias D'ávila, Madre de Deus e Lauro de Freitas.
A data prevista para a aplicação dos exames avaliativos foi marcada para 30 de abril, ou seja, os candidatos têm, exatamente, menos de um mês para começar a estudar.

1.4.06

Prefeitura de Simões Filho inscreve até 07 de abril

Rafaela Pio

Os interessados em inscrever-se para o concurso da Prefeitura Municipal de Simões Filho devem comparecer ao Centro Cultural Irmão Inocêncio, na Praça da Bíblia, portando Rg, CPF, 2 fotos 3X4 e comprovante de depósito(que deverá ser efetuado antes do ato da inscrição, em qualquer agência do Banco do Brasil).
Estão sendo oferecidas 1833 vagas, distribuídas nos níveis fundamental, médio, técnico e superior.
A data da prova deverá ser em 30 de abril, estando sujeita a alterações.
A inscrição vai até o dia 7 de abril e a sua taxa varia de 20 a 80 reais, de acordo com o nível de escolaridade exigido pelo cargo.

Aonde vais, Brasil?


Rafaela Pio


Ultimamente algo tem me preocupado bastante: a caótica situação de meu país.
Meu Brasil, intitulado pelo exterior como o país do futebol, da cerveja e da
mulher, está sendo conduzido à beira do abismo( se é que não já voltou de lá totalmente fragmentado).
Fico chateada e desgostosa em ver um país tão grande em sua geografia,
ser reduzido a uma “marionete”, dominada pelos corruptos, burgueses e espertalhões.
Não consigo extrair de minha conturbada cabeça, aturdida pela ignorância
do povo brasileiro, de que o único caminho de êxito da nação está detrás da principal arma do 1º mundo: a educação! Sim, essa coisa básica que devíamos receber de forma adequada e real. Infelizmente, o “mecanismo educacional” brasileiro não funciona assim. Se pesquisarmos, por exemplo, sobre o nível da educação do ensino médio público, ficaremos estarrecidos com o resultado:
“PROFESSORES MAL-PAGOS ‘ENROLAM’ NA SALA DE AULA”; “ALUNOS LEVIANOS NÃO SE PREOCUPAM EM ESTUDAR E COBRAR PELA EDUCAÇÃO”; “GOVERNO PREFERE 1000 ‘BURROS’ PASSADOS A 1 INTELIGENTE REPETENTE”.
Parece até brincadeira ou manchete de jornal daquelas bem assustadoras;
todavia, o brasileiro não atribui tamanho terror a, digamos, catastrófica notícia.
Salas de aula lotadas, professores mal- preparados, escolas com um
irrisório nível de instrução, nação “desculturada”.
É esse o meu Brasil, o seu Brasil, o nosso Brasil(!):
País de uma ambígua situação misério-riqueza; Brasil verde-amarelo,
embora sua cor(tão vívida), esteja tão ofuscada atualmente; Brasil
acovardado e manipulado pelos veículos de comunicação em massa; Brasil tão desligado da realidade; Brasil berço das falcatruas e da politicagem inescrupulosa; Brasil em que tantos omitem o s e o trocam pelo z; Brasil da cega justiça; Brasil dos que não têm nada a perder.
A cada esquina, um filho teu a clamar pelo pão- nosso- de- cada- dia. A
cada beco, uma menina a sussurrar pela infância perdida. A cada minuto, milhões a padecer sem auxílio.
Presenciamos, diariamente, a violência a nos amedrontar ; e onde estás Brasil, que não te vejo?
“Oh! Pátria Amada, idolatrada; Salve! Salve (mas quem te salvará?)!Brasil da ordem e progresso, ambos ainda limitados a “estampa de bandeira”. País contrastado em suas favelas e corcovados, subúrbios e bairros nobres, apartamentos e palafitas.
Se tivesse que traduzir o meu Brasil em duas palavras positivas e duas
negativas, diria( respectivamente): esperança e alegria; corrupção e baixaria. Apesar da rima, as características ruins são incompatíveis com as boas: não há esperança na corrupção e, quanto à alegria, não dar certo com baixaria.
Nós, cidadãos brasileiros, devemos aprender que não só de festas e carnavais vivemos nós( me resta saber de que mais, além disso).
A seriedade, por parte de nossos governantes, é quase inexistente; o descaso com a sociedade( em especial com os pobres e miseráveis) é super- perceptível.
A cada dia consumimos o lixo que nos é empurrado: lixo cultural, lixo social, lixo econômico, lixo governamental, lixo cerebral. Após engolir tanto lixo,
pergunto-me aonde vamos parar( numa lixeira, talvez), se é que os nossos freios ainda estão perfeitos.
Fico muitas vezes titubeando se devo me aderir à grande esfera capitalista vergonhosa e unir-me aos “espertos” ou se continuo no meu socialismo utópico, sonhando. Apesar da hipocrisia capitalista ser maioria e me tentar, defendo e defenderei eternamente a igualdade e respeito entre os povos( pregados pelo socialismo).
Ah! Quão bom seria se vivêssemos num mundo onde a idéia de
fraternidade imperasse; onde os direitos do cidadão fossem levados a sério; onde toda a atenção estivesse voltada para o social, ao invés do econômico, político ou outras banalidades. Utopias? Talvez, porém não custa nada sonhar( o brasileiro até o faz demais).
Sinceramente, me orgulho em ser brasileira, pois “apesar dos pesares”, o nosso povo é um povo esperançoso, um povo batalhador.
Ainda que as secas do Nordeste, as enchentes do Sudeste, a violência aterrorizante, a miséria, a corrupção, o narcotráfico, a má educação, o descaso à saúde, a baixaria, a injustiça, o não-cumprimento das leis, entre outros problemas, nos assolem, diz o brasileiro: “Temos esperança”!
Eis a outra face da moeda:
Brasil de gente humilde, sofredora e positiva; Brasil, país multicolorido, multifacetado.
Brasil dos que têm sede: sede de justiça, igualdade, esperança e, quem sabe, educação.

Duas faces de uma mesma moeda

Rafaela Pio


Devido ao grande número de problemas que alastram o Brasil e o mundo, torna-se difícil responder se a educação, um dos pilares de crescimento da sociedade é importante ou prioritária para a mesma.
Analisando-se a situação atual brasileira, por exemplo, é mais do que aparente a urgência em solucionar grandes impasses, como a precariedade dos sistemas de saúde, o total desrespeito à segurança pública-alardeado pelos grandes surtos de violência urbana-, grave crise política e, como que resumindo, a tão conhecida desigualdade social.
Diante de todos esses empecilhos, seria a educação a solução para todo esse caos? Resolvendo-se esse problema, a tão sonhada ordem interna imperaria?
Percebe-se que em curto prazo, a resolução da “baderna” no sistema educacional deixa de ser prioritária à medida que outros problemas mais “urgentes” apavoram a população.Infelizmente, as pessoas desesperam-se em busca da amenização dos sintomas dos males existentes; esquecem-se, assim, de identificar a doença e suas possíveis causas.
Traduzindo: a deficiência nos mecanismos da educação no Brasil é, sem dúvida, a causa principal do emaranhado de problemas que o cercam. Dessa forma, o mal que o aprisiona, como toda doença complexa, é bem provável que só será aniquilado com o tempo.
Em longo prazo, então, torna-se imprescindível solucionar primeiramente a crise no sistema educacional. Para que isso ocorra, é necessário que as pessoas percebam inicialmente a importância de um país conscientizado e disposto a lutar por um futuro melhor,que só terá equilíbrio e base quando as trevas da ignorância forem dissipadas; quando os seus governantes vivenciarem realmente a tão falada seriedade em vez de exalta-la somente em seus discursos políticos.
Quando o Brasil atentar para a relevância da educação como princípio-base para o seu desenvolvimento, só então um porvir mais justo e menos desumano poderá esperá-lo à sua frente.